Hoje, enquanto trabalhava à porta de um supermercado, na recolha de donativos para ajudar crianças e adolescentes vítimas de maus tratos e de exclusão social, deparei-me com coisas que preferia esquecer.
Uma senhora, já idosa, caminhava com dificuldade quando a abordei, tentando angariar dinheiro. A senhora, que pouco tinha, explicou-me porque é que não podia doar dinheiro, contando-me, por alto, como era a vida dela e como se esforçava todos os dias por sustentar 5 pessoas só com uma pensão e um ordenado. No fim, disse-me, quase emocionada, que eu não poderia imaginar a pena e tristeza que ela sentia por não poder ajudar. Agradeci e desejei um bom dia e boa sorte.
Algumas horas depois, abordo um casal jovem. Ela com uma roupa típica de casamento (até um chapéu tinha!), ele também muito bem vestido, os dois com jeitos e manias de ricos. Quando lhes expliquei o porquê de estarmos a pedir dinheiro, o senhor diz-me "Ah, a minha mulher sim é uma criança vítima de maus tratos! E sou eu que a maltrato!", rindo-se. A senhora, às gargalhadas, disse-me "Ah, querida, não tenho aqui dinheiro". E assim se foram embora, como se estivessem num desfile. Com sorrisos falsos e mais vagos que o ar. Cabeças ocas e fúteis, desprovidas de sensibilidade, boa educação e sensatez.
Isto dá-me que pensar...
Afinal, que tipo de pessoas habitam neste mundo?
P.S.: Não quero, de todo, com este post dizer que todos devemos ajudar, pois, por mim falo, também nego ajuda monetária a maior parte das vezes. Mas, como pessoa educada e ser humano que sou, nunca faria certos comentários nem teria certas atitudes semelhantes às que presenciei hoje. Há pessoas que me dão arrepios.
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6 de novembro de 2009
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o que há mais é disso!
ResponderEliminarcom tamanha porcaria na cabeça, nao há-de a senhora levar tau-tau.
ResponderEliminarlembra-te de uma coisa. as pessoas apenas dao quando sentem na pele. as pessoas apenas valorizam quando sentem na pele. as pessoas so param para pensar quando sentem na pele. esta é a pior das tres e é a que acontece mais. como tu, tambem eu penso assim. mas e complicado mudar as mentalidades. o proprio rumo do mundo nao o permite. ou seremos nos que o traçamos? uma ambiguidade a pensar
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